É legal proteger a integridade da vacina

Um refrigerador de celeiro pode conter muitos tesouros, desde colostro resfriado até almoços e bebidas para trabalhadores.

Mas a carga mais preciosa de todas na geladeira de um celeiro são provavelmente os produtos biológicos que você compra para vacinar seu rebanho e prevenir doenças. Emmanuel Rollin, professor clínico associado de medicina de produção de laticínios da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade da Geórgia, disse que proteger a integridade das vacinas na fase final antes de serem administradas é uma forma de gerenciamento de riscos na fazenda.

“Esses produtos são manuseados com cuidado do fabricante ao distribuidor e ao expedidor. É nosso trabalho cuidar deles na última etapa, logo antes de chegarem ao animal”, compartilhou Rollin em um episódio recente de “Have You Herd?”, o podcast oficial da Associação Americana de Praticantes de Bovinos.

Rollin e seus colegas conduziram e publicaram recentemente um estudo avaliando o desempenho de refrigeradores de celeiros em 20 laticínios comerciais e clínicas veterinárias na Geórgia, Carolina do Sul e Flórida. Eles procuraram determinar a eficácia com que esses sistemas de refrigeração da vida real mantinham as temperaturas dentro do intervalo de temperatura comumente recomendado (RTI) para armazenamento de vacinas, que é de 36-46°F.

Os três tipos de refrigeradores mais populares nas fazendas são: (1) os modelos pequenos, de tamanho dormitório, que são muito baratos e têm funções limitadas, incluindo o fato de que o compartimento do freezer geralmente não possui ciclo de degelo; (2) refrigeradores domésticos, que são mais espaçosos e geralmente possuem um botão para ajustar o frescor, mas não uma configuração exata de temperatura; e (3) refrigeradores comerciais, projetados para a indústria de restaurantes. Geralmente podem ser ajustados para uma temperatura exata, têm melhor distribuição de temperatura porque possuem prateleiras de arame em vez de superfícies sólidas; e muitos possuem sistemas de circulação de fluxo de ar.

Os pesquisadores usaram um data logger comercial para medir a temperatura tanto dentro dos refrigeradores quanto a temperatura do ar ambiente fora deles, a cada 10 minutos durante seis meses. Isto resultou em mais de um milhão de pontos de dados a partir dos quais foram capazes de extrapolar resultados.

No geral, as unidades registraram temperaturas de refrigeração interna fora do RTI em 22% do tempo. O maior culpado: as unidades domiciliares, que ficaram fora do RTI 37% das vezes. Os refrigeradores comerciais eram muito mais precisos, ficando fora do RTI apenas 2% das vezes.

Surpreendentemente, os mini-frigoríficos tipo dormitório não se saíram tão mal quanto o esperado, mas ainda assim ficaram fora do RTI 27% das vezes. “Quero odiar os minigeladeiras, mas na verdade eles tinham desempenho semelhante aos domésticos”, observou Rollin. Ele disse que isso pode ser em parte devido ao fato de serem mais embalados e não poderem ser abertos e fechados tanto quanto as unidades maiores que também acomodam bebidas e almoços.

As faixas médias de temperatura diária (MDTR) – ou seja, a amplitude da oscilação das temperaturas durante um período de 24 horas – também foram medidas. No geral, as unidades tinham MDTRs de 1-14°F. Mais uma vez, as unidades residenciais tiveram o pior desempenho, com um MDTR médio de 9,5°F, enquanto as unidades comerciais tiveram o melhor desempenho, com 5,4°F.

Quando as unidades familiares saíam do RTI, era mais provável que ficassem demasiado frias do que demasiado quentes. Freqüentemente, eles ficavam frios o suficiente para congelar o produto. Rollin explicou que muitos modelos domésticos são resfriados transferindo o ar do compartimento do freezer para a seção do refrigerador, de modo que algumas seções ficarão muito frias e outras muito quentes.

Munido destas descobertas, Rollin recomendou as seguintes medidas para gerir melhor a refrigeração na exploração e proteger a integridade da vacina:

Rollin observou que eles não foram capazes de avaliar quais danos, se houver, ocorreram nas vacinas que foram armazenadas em temperaturas fora do RTI. Mas considerando que o inventário de apenas uma das centrais leiteiras no estudo foi avaliado em mais de 15 mil dólares, é um investimento que vale a pena proteger com vigilância.

“Contamos com estes produtos para prevenir doenças e proteger os nossos rebanhos, por isso faz sentido fazer o que pudermos para proteger a sua eficácia”, disse ele.